“Na republiqueta de gafanhotos de Cubatão não
existe uma democracia morta, existem cérebros letárgicos.” (Itamar Esperanto)
“Se queremos progredir, não devemos repetir
a história, mas fazer uma história nova.” (Mahatma Gandhi).
MOVIMENTO CUBATÃO PODE MENOS...
(RESPOSTA DO ESPERANTO AO DR. JEFFERSON DIAS GOMES CANSOU, AO SR. SECUNDINO
GOMES MACEDO E À SRA. VALDICE RODRIGUES, DO MOVIMENTO CUBATÃO PODE MAIS, PELO
ARTIGO “CARTA AOS CUBATENSES”, JORNAL “POVO DE CUBATÃO”, EDIÇÃO 355 DE 20 A 26
DE ABRIL DE 2012).
Boa tarde cidadãos, boa colheita
gafanhotos!
Ainda sonho com uma cidade que despertará de
sua letargia de 63 anos. “Nós devemos ir lá, para que não seja feita a
vontade deles”, esta expressão é um clássico, escrita pelo Conde de
Lampedusa, em seu livro mais famoso “O Leopardo.”Disponho de 36 anos de idade,
mas não desfruto dos annus mirabilis que porventura a
Cubatão do Esperanto deveria estar vivendo. A expressão citada pelo Esperanto
nada mais nada menos significa que não se pode silenciar perante
injustiças-readaptadas-a-um-passado-nebuloso, tampouco a um futuro anastrófico
e incerto. Data Maxima veniam, caro Dr. Jefferson Cansou e congêneres.
Conheci o professor, mestre e amigo Arlindo
Fagundes Filho em setembro de 1989, apoiado num sonho de liceu de ser
patrulheiro,enquanto o mesmo era meu professor no Círculo de Amigos de Menor
Patrulheiro ( o CAMP), hoje Centro de Aprendizagem Metódica e Prática. O
professor Arlindo me ensinou uma das maiores lições de minha vida durante o
curso : o patrulheiro é limpo de corpo e alma.”
“Vox populi, vox dei”, diz a
expressão latina. O Sr., caro Doutor Jefferson, deves conhecer melhor o latim
que este Esperanto, portanto, desafiaria qualquer membro do diretório municipal
do PSDB a publicar a verdadeira “vontade popular” que decretou a
falência-triste-de-um-nenúfar-de-decepção que foi a escolha do Dr. Ney Eduardo
Serra, ao qual respeito. Foi algo tal qual descobrir a temperatura do oceano na
Antártida somente – e tão somente – através do tato, ou ainda tal qual tentar
submergir um hipotério gigante que jaz nos fundos de nossos mangues quando na
realidade ele não está infestado com o terra de siena*, mas com o aço
infalível enxertado em seus ossos. Vossa inferência infeliz e abstrata de que o
Professor dispôs de “atitude antidemocrática e nada agregadora(...) não
honrou seu compromisso, uma vez que não aceitou o resultado da pesquisa popular
que apontaria o pré-candidato a Prefeito”, foi, no mínino, um gesto
claudicante de exaspero atabalhoado.
Na imaginação do Esperanto – e um Esperanto
não comete lapsos de incertezas, vossa senhoria e a cúpula do PSDB, a saber
Edmur Mesquita e Raul Christiano (O Ademário não conta pois se realmente ele
apitasse alguma coisa, titraria a bola da marca da cal e defenderia uma vontade
soberana do povo e dos filiados cubatonenses) já estão loteando cargos para uma
futura eleição do Dr. Ney Serra, e como conheço o perfil do mestre Arlindo, que
como o Esperanto, o Anacoluto e outras raras exceções, não loteia cargo, deves,
caro Dr. Jefferson, no usufruto de vossa tênue e dilacerada imaginação, auferir
que foi o povo que escolheu o Dr. Ney e, na realidade,e este Esperanto só
acreditaria se porventura visse a pesquisa popular.
Volto a lembrar que enfrentaria os doze
trabalhos de Hércules para não ver o PT reeleito. Soltaria fogos com um
verdadeiro espetáculo pirotécnico, andaria comemorando um mês inteiro a
derrubada da arrogância de um governo que esqueceu de seus próprios servidores,
e seria o cidadão mais feliz do mundo. Não se preocupe, Dr. Jefferson, voto em
qualquer legenda, menos no PT, mas não poderia deixar de construir a linha Maginot**
em torno de um dos maiores seres humanos que conheci : Arlindo Fagundes
Filho, meu mestre, meu amigo e um homem de caráter. Quando escrevi “Cubatão
é uma republiqueta de gafanhotos, cheia de jacatirões e artistas abandonados em
seus corações”, foi para comprovar até este tipo de atitude, ilustre DR.
Jefferson, que deixa Edmur Mesquita e Raul, que não são da cidade, ditar o rumo
de nossos futuros.
Não quero me intrometer na decisão soberana
do PSDB de ter escolhido o Dr. Ney Serra. Não tenho esse direito. Gostaria,
apenas, de ver a suposta pesquisa encomendada (ou desencomendada?) por vosso
partido. Enquanto isso não acontece – e sei que não há de acontecer, fico aqui,
a escrever, observar, a buscar o “forsan et haec olim meninisse juvabit” ***,
de Virgílio, e esperar (um verbo que lembra meu sobrenome Esperanto) por uma
Cubatão feita verdadeiramente para os cubatenses como Arlindo, Anacolutos,
Esperantos e para aquela sensação plausível da literatura machadiana “que
depois de ti o mundo seja melhor, porque tu viveste nele”.
Com todo o respeito, Dr. Jefferson, e
fazendo uma alusão aos vossos sobrenomes que assinaram o artigo da Edição 355
do jornal “O Povo de Cubatão”. Que vosso brilhante sobrenome Cansou não
represente o estado letárgico para o qual convergiu vossa mente, que o nome do
Sr. Secundino não nos remeta à paródia de Gabriel García Márquez “a
humanidade terá deixado de existir quando a literatura viajar na segunda classe
e os homens viajarem na primeira”, ou seja, que vocês não sejam segundos,
mas sempre primeiros, como vencedores que eu sei que são. Quanto à Sra. ilustre
cidadã Valdice, cujo envolvimento respeito, que não se fique na sílaba “Val” e
que Valha alguma coisa este embate e que esta injustiça que se cometeu
com o professor Arlindo seja reparada, pela Sra. enquanto mulher, pois, como no
xadrez, o rei é limitado, e a rainha, não, sobretudo por ser a peça de todos os
movimentos, de todas as direções do vento.
Como não sou marionete de partidos políticos
e tampouco sigo a direção do vento em minhas opiniões, espero encarecidamente
que a intocável-pesquisa-popular-trancadas-em-báus-fechados-que-não-podem-ser-abertos
e em báus-abertos-que-não-podem-sobremaneira-ser-fechados e que estão
insondáveis-pela-chave-da-hipocrisia, apareça. Até lá o Esperanto estará
observando vocês, tal qual o aspecto cerúleo do horizonte, tal qual evitar a
reverberação crônica de uma injúria que não se podia ter cometido, nunca, ainda
mais com o Professor Arlindo!
Com vocês, meus caros, Cubatão pode MENOS!
E a pesquisa, onde
está?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Força sempre!
* terra de siena é a ferrugem ocasionada
pelos vermicidas que penetram nos ossos de organismos em decomposição,
deixando-os ocos.
** Maginot é um complexo de fortalezas
construídos nos anos 30 pela França,formando uma barreira defensiva – à época
reputada como intransponível- ao longo da fronteira com a Alemanha.
*** “Talvez algum dias nos seja agradável
recordar estas coisas.” (Virgílio, Eneida, Cap III).
E viva o Anacoluto e o Arlindo. Chega de
Euzébios, bombris e “souvenirs”!
Um Esperanto sempre volta!
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