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segunda-feira, 23 de abril de 2012

ESPERANTO NO ANACOLUTO


 “Na republiqueta de gafanhotos de Cubatão não existe uma democracia morta, existem cérebros letárgicos.” (Itamar Esperanto)



“Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.” (Mahatma Gandhi).



MOVIMENTO CUBATÃO PODE MENOS... (RESPOSTA DO ESPERANTO AO DR. JEFFERSON DIAS GOMES CANSOU, AO SR. SECUNDINO GOMES MACEDO E À SRA. VALDICE RODRIGUES, DO MOVIMENTO CUBATÃO PODE MAIS, PELO ARTIGO “CARTA AOS CUBATENSES”, JORNAL “POVO DE CUBATÃO”, EDIÇÃO 355 DE 20 A 26 DE ABRIL DE 2012).



Boa tarde cidadãos, boa colheita gafanhotos!



Ainda sonho com uma cidade que despertará de sua letargia de 63 anos. “Nós devemos ir lá, para que não seja feita a vontade deles”, esta expressão é um clássico, escrita pelo Conde de Lampedusa, em seu livro mais famoso “O Leopardo.”Disponho de 36 anos de idade, mas não desfruto dos annus mirabilis que porventura a Cubatão do Esperanto deveria estar vivendo. A expressão citada pelo Esperanto nada mais nada menos significa que não se pode silenciar perante injustiças-readaptadas-a-um-passado-nebuloso, tampouco a um futuro anastrófico e incerto. Data Maxima veniam, caro Dr. Jefferson Cansou e congêneres.

Conheci o professor, mestre e amigo Arlindo Fagundes Filho em setembro de 1989, apoiado num sonho de liceu de ser patrulheiro,enquanto o mesmo era meu professor no Círculo de Amigos de Menor Patrulheiro ( o CAMP), hoje Centro de Aprendizagem Metódica e Prática. O professor Arlindo me ensinou uma das maiores lições de minha vida durante o curso : o patrulheiro é limpo de corpo e alma.”

Vox populi, vox dei”, diz a expressão latina. O Sr., caro Doutor Jefferson, deves conhecer melhor o latim que este Esperanto, portanto, desafiaria qualquer membro do diretório municipal do PSDB a publicar a verdadeira “vontade popular” que decretou a falência-triste-de-um-nenúfar-de-decepção que foi a escolha do Dr. Ney Eduardo Serra, ao qual respeito. Foi algo tal qual descobrir a temperatura do oceano na Antártida somente – e tão somente – através do tato, ou ainda tal qual tentar submergir um hipotério gigante que jaz nos fundos de nossos mangues quando na realidade ele não está infestado com o terra de siena*, mas com o aço infalível enxertado em seus ossos. Vossa inferência infeliz e abstrata de que o Professor dispôs de “atitude antidemocrática e nada agregadora(...) não honrou seu compromisso, uma vez que não aceitou o resultado da pesquisa popular que apontaria o pré-candidato a Prefeito”, foi, no mínino, um gesto claudicante de exaspero atabalhoado.

Na imaginação do Esperanto – e um Esperanto não comete lapsos de incertezas, vossa senhoria e a cúpula do PSDB, a saber Edmur Mesquita e Raul Christiano (O Ademário não conta pois se realmente ele apitasse alguma coisa, titraria a bola da marca da cal e defenderia uma vontade soberana do povo e dos filiados cubatonenses) já estão loteando cargos para uma futura eleição do Dr. Ney Serra, e como conheço o perfil do mestre Arlindo, que como o Esperanto, o Anacoluto e outras raras exceções, não loteia cargo, deves, caro Dr. Jefferson, no usufruto de vossa tênue e dilacerada imaginação, auferir que foi o povo que escolheu o Dr. Ney e, na realidade,e este Esperanto só acreditaria se porventura visse a pesquisa popular.

Volto a lembrar que enfrentaria os doze trabalhos de Hércules para não ver o PT reeleito. Soltaria fogos com um verdadeiro espetáculo pirotécnico, andaria comemorando um mês inteiro a derrubada da arrogância de um governo que esqueceu de seus próprios servidores, e seria o cidadão mais feliz do mundo. Não se preocupe, Dr. Jefferson, voto em qualquer legenda, menos no PT, mas não poderia deixar de construir a linha Maginot** em torno de um dos maiores seres humanos que conheci : Arlindo Fagundes Filho, meu mestre, meu amigo e um homem de caráter. Quando escrevi “Cubatão é uma republiqueta de gafanhotos, cheia de jacatirões e artistas abandonados em seus corações”, foi para comprovar até este tipo de atitude, ilustre DR. Jefferson, que deixa Edmur Mesquita e Raul, que não são da cidade, ditar o rumo de nossos futuros.

Não quero me intrometer na decisão soberana do PSDB de ter escolhido o Dr. Ney Serra. Não tenho esse direito. Gostaria, apenas, de ver a suposta pesquisa encomendada (ou desencomendada?) por vosso partido. Enquanto isso não acontece – e sei que não há de acontecer, fico aqui, a escrever, observar, a buscar o “forsan et haec olim meninisse juvabit” ***, de Virgílio, e esperar (um verbo que lembra meu sobrenome Esperanto) por uma Cubatão feita verdadeiramente para os cubatenses como Arlindo, Anacolutos, Esperantos e para aquela sensação plausível da literatura machadiana “que depois de ti o mundo seja melhor, porque tu viveste nele”.

Com todo o respeito, Dr. Jefferson, e fazendo uma alusão aos vossos sobrenomes que assinaram o artigo da Edição 355 do jornal “O Povo de Cubatão”. Que vosso brilhante sobrenome Cansou não represente o estado letárgico para o qual convergiu vossa mente, que o nome do Sr. Secundino não nos remeta à paródia de Gabriel García Márquez “a humanidade terá deixado de existir quando a literatura viajar na segunda classe e os homens viajarem na primeira”, ou seja, que vocês não sejam segundos, mas sempre primeiros, como vencedores que eu sei que são. Quanto à Sra. ilustre cidadã Valdice, cujo envolvimento respeito, que não se fique na sílaba “Val” e que Valha alguma coisa este embate e que esta injustiça que se cometeu com o professor Arlindo seja reparada, pela Sra. enquanto mulher, pois, como no xadrez, o rei é limitado, e a rainha, não, sobretudo por ser a peça de todos os movimentos, de todas as direções do vento.

Como não sou marionete de partidos políticos e tampouco sigo a direção do vento em minhas opiniões, espero encarecidamente que a intocável-pesquisa-popular-trancadas-em-báus-fechados-que-não-podem-ser-abertos e em báus-abertos-que-não-podem-sobremaneira-ser-fechados e que estão insondáveis-pela-chave-da-hipocrisia, apareça. Até lá o Esperanto estará observando vocês, tal qual o aspecto cerúleo do horizonte, tal qual evitar a reverberação crônica de uma injúria que não se podia ter cometido, nunca, ainda mais com o Professor Arlindo!



Com vocês, meus caros, Cubatão pode MENOS!

E a pesquisa, onde está?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Força sempre!

* terra de siena é a ferrugem ocasionada pelos vermicidas que penetram nos ossos de organismos em decomposição, deixando-os ocos.

** Maginot é um complexo de fortalezas construídos nos anos 30 pela França,formando uma barreira defensiva – à época reputada como intransponível- ao longo da fronteira com a Alemanha.

*** “Talvez algum dias nos seja agradável recordar estas coisas.” (Virgílio, Eneida, Cap III).

E viva o Anacoluto e o Arlindo. Chega de Euzébios, bombris e “souvenirs”!

Um Esperanto sempre volta!


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