As vezes, me pego a perguntar a
esta tal de minha memória, onde esta se quadrou
em mim, o cheiro já não mais sentido, do Pão de Gaveta, da casa de Dona
Miquilina, apelido que dávamos ao pão
fresco, cortado aos pedaços, colocado por ela, na grande gaveta da
enorme mesa da cozinha, que com o
passar das oras, ganhava ele o cheiro inconfundível da Cozinha da Pensão mais Famosa da cidade. As vezes, quero saber de minha memória, onde esta o
gosto das balas de goma, que o Velho
Jorge nos dava, quando nos meninos ainda, íamos estripulias
fazer com Alex, Jamil e outros grandes amigos, nos fundos da Lojinha
da Nove de Abril, quase enfrente ao Cine Santa Rosa, onde nos domingos se via os seriados onde o mocinho, sempre se salvava ao final, isso 15 ou 12
domingos depois. As vezes me pergunto onde anda a memória dos bailinhos do Esporte Clube, as matines,
onde se
encontravam amigos de infância, que hoje nem se cumprimentarem conseguem, pois a vida mudou. Saudades tenho do matagal da Velha Química, onde se entrava para retirar da natureza, as raízes de Lírio, que na imaginação
infantil se tornavam as armas poderosas
dos mocinhos, nas brincadeiras infantis de nosso ontem... Saudade ainda
sinto do velho botequim do Valdemar
Eleno, da velha sorveteria da Avenida, da
velha sede da Câmara, que testemunhou
nossa historia... Que saudade do velho Pedrinho, que cortou
meus cachinhos, que minha mãe deixou crescer como promessa... Que saudade do cineminha da Química,
onde as balas dos revolveres dos bandidos e dos mocinhos, nunca ficavam descarregadas, e o chapéu branco do mocinho, por mais que
ele batesse nos bandidos, nunca saia da
cabeça... Que saudade do Ford 29 do Seu
Carvalho, sempre estacionado no ponto ao
lado da Igreja Matriz, para levar mães gestantes
para a Santa Casa de Santos, a 20 por hora, pois o velho não corria mais que
isso, com o velho Ford, por isso seu veiculo
constantemente virava maca de parto... Que saudade do Seu Oreste, com
sua capivara treinada, que foi criada como cachorro da família... ue saudade de ver Armando Cunha, o senhor
Prefeito, andar pela cidade, cumprimentando o povo, com sua eterna e sempre impecável capa de chuva e chapéu panamá... Que vontade de rir me da, quando lembro do Bicho,
correndo pela cidade atrás de Gatos, pois o Circo estava na cidade, e os
animais ferozes, tinham que comer a preço de ingresso... Se sentia que o Progresso, chegava forte, quando
se via na Nove de Abril, o descer para a
ponte daqueles carros pesados,
caminhões dos antigos, pintados com as cores da Refinaria... Como era bom,
ver os mais velhos orgulho demonstrar do Jovem Mario Ruivo, o primeiro natural da
terra, e ter diploma de medico pendurado na parede... Como era gostoso, uma vez
ao ano, ver a família toda, adentrar
pelas portas do Foto Benassi, para o registrar para a historia de mais um ano, passado ao pé da serra...
Como é bom, quando a memória me vem contando, que houve um tempo, que chaves,
só se podia mandar fazer no Balula... Que contabilista, era o Djalma, e procurar outro, era sacrilégio...
Que bom era o tempo, que os mais velhos e mais novos, temiam ser mencionados no sermão de Padre
Carlos, o titular da Matriz de Nossa
Senhora da Lapa, que sempre tinha algo a
reformar, mesmo com cara de novo... Como era
gostoso ver o velho Chico Trumbino, e seu inseparável bigodes, correndo
a cidade, procurando o saber do povo, para usar isso, nas sessões da Câmara, onde era vereador... Como
era gostoso, jogar bolinha de gude, no chão batido da Rua Santos,
antes dela ver asfalto... Como era ato serio,
ir ao Bar do Tio Abílio, pegar o leite matinal, coisa que meu irmão fazia com a precisão de Relógio Suíço, toda
manhã... Como era divertido, escutar os Crentes, com suas sanfonas, pandeiros, e outros instrumentos, na
grande calçada que se formava na frente
da coletoria, na Rua São Paulo, esquina
com Rua Santos... A saudade, nos
traz na lembranças e momentos mágicos, e
se volta no tempo, para se encontrar a cidade, que deve estar hoje já enterrada
no campo santo, pois a Cubatão, de nossas lembranças, hoje é apenas isso: lembranças, que se perdem na memória,
pois a cidade do hoje, pouco guarda daquela que foi a nossa terra, que se sentia o chegar do tempo das chuvas, quando o vento noroeste
dava o ar de sua graça... Era o tempo, que as praças eram limpas, que os bustos
ainda não estavam negros com pó preto, que na Câmara se discutia o bem da
cidade... Tempo que se cruzava com vereador no calçadão da Nove de Abril, e ele
tinha tempo para o papo informal, sem pressa... Tempo que os discursos em época eleitoral, eram feitos em caminhões simples, e a verdade devia ser o tema, pois senão
a vaia era certa... Tempo que o funcionalismo publico, orgulho tinha do posto
que ostentasse, e o trabalho que fazia, mesmo que só colhesse o lixo da cidade... Havia o orgulho de servir ao povo, pois o poder reconhecia o esforço...
Eram outros tempos, por certo, mas
eram melhores do que o agora, onde
falta o sorriso no rosto, de quem serve ao povo, o olhar honesto, de quem cuida
de nosso futuro, a presença simples e de
fácil acesso, de quem senta na cadeira de Prefeito. A cidade, cresceu, isso é
certo, mas no crescer, perdeu ela a identidade, ganhou outras coisas, mas o que perdeu, falta faz,
na Cubatão que ai esta pois, se vê uma cidade, mas não se sabe como respira seu
povo, o que ele deseja para o futuro, como
anda seu atender no posto
medico... Quem viveu nas duas cidades, por
certo deve ter saudade, da Cubatão que o tempo e a memória, guardou para a
eternidade. Saudade... Eita trocinho que
Doi!!!!
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