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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

UM CONTO , BASEADO EM FATO REAL, ACONTECIDO NA CUBATÃO, DE MEU TEMPO - POR CARLOS ALBERTO LOPES

O FUNCIONÁRIO PÚBLICO

O homem fazia, há quarenta anos, a mesma coisa: chegava na repartição às sete e cinquenta da manhã; batia o ponto; ia para a sua sala; sentava em sua cadeira, frente à mesa; pegava o jornal do dia e o lia, do começo ao fim...
Em seguida, lá pelas oito e trinta da manhã, abria o grande armário, retirando de lá um calhamaço de papel, o qual colocava sobre a mesa...
O selecionava, de acordo com os assuntos.
Separava meia dúzia de carimbos, os molhava na almofada de tinta azul, e começava...
Carimbo na almofada...Carimbo no papel...
Carimbo na almofada...Carimbo no papel...
Isto ia até ao meio dia, quando saía para o almoço, engolido meio às pressas, pois às treze horas, lá estava ele novamente, sentado em seu lugar...
Carimbo na almofada... Carimbo no papel...
Dez para as cinco da tarde, juntava ele os papéis ainda por carimbar, e os guardava no antigo armário...
Os devidamente carimbados, iam para a mesa do Chefe, que mecanicamente os assinaria, mas somente no dia seguinte, pois o expediente da Repartição, estava terminado...
Eram dezessete horas em ponto...
Após o "até amanhã" aos companheiros, voltava o velho funcionário para casa...
No outro dia, às sete e cinquenta da manhã, começava tudo de novo...Quarenta anos...
Um belo dia, aposentaram-no por serviços prestados ao Estado, com direito a salário integral e um ótimo relógio de ouro massiço!
Passaram-se seis meses...
Certo dia, lá pelas quatro da tarde, o telefone da repartição avisou:
_"... O velho servidor havia falecido!"
No enterro, onde compareceram todos os seus antigos amigos, o médico da família comentou:
_"Morreu de Tédio!"

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