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domingo, 27 de novembro de 2011

UM POUCO DE POESIA

O menino..., capítulo XIX

Eu bem vi  aquele menino!
De mãos no bolso e sem bagagem,
Voltava da Europa distante,
Após um ano de viagem.

Julgou-se já em sua casa
Quando aportou o Oriana.
De mãos no bolso e sem bagagem,
Regressa à terra da banana.

“Cubatão de eras históricas,
Que teve até Porto Geral,
Só as terças, quintas e sábados,
Corre um trem nesse ramal?”

Era sexta, não havia trem!
Era folga do maquinista,
E ele então pisou cada dormente
Como se uma escada infinita!

Beirou os valos bem verdinhos
Todos de musgos recamados.
Com o seu chapéu de aba larga
Que o vento ousou sem dar recados!

A serra mostrava-se inteira,
O vento varrera a cerração.
O olaria é meio caminho,
Lá da Europa à Cubatão!

E segue o menino Felipe
Entre o verdor daquela mata,
Que tinha garças e socós
E até um cão vira-lata.

Segue mais, mais e muito mais,
Um estirão a mais, e a ponte!
Negra como a noite já tingia,
A tênue linha do horizonte.

Do outro lado, a sua casa,
No meio das tangerineiras,
Era um chalé cor-de-rosa
Tomado por mil trepadeiras.

Ajuntando as folhas caídas,
No quintal estava a sua madre.
Já com mais brancos nos cabelos,
Do que os cirros daquela tarde.

_ A benção, mamãe, disse ele,
Com seu jeito todo gaio.
_ Então é você, seu mestre?
A benção, respondeu-lhe de soslaio!




Esta é a minha homenagem ao escritor Afonso Schmidt. Foi um dos escritores mais premiados no Brasil e exterior. Não se explica porque hoje em dia não se fala mais em seu nome.... Obs: O poema acima é baseado numa pequena reportagem que li há algum tempo sobre o livro     “A primeira Viagem”-  desse autor.



SBC-SP-José Alberto Lopes®
01/05/2007



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Cordel par Vicente de Carvalho


(Vicente Augusto de Carvalho - Santos,  05/04/1866 – Santos, 
22/04/1924 - ABL cadeira nº 29,  que tem como patrono Martins Pena)

Advogado e político,
Magistrado e jornalista.
Nasceu em terras praianas
Aqui em solo santista
Onde o mar foi testemunha
Desse poeta humanista.

Nos idos mil 866
Em abril do quinto dia,
Filho do major Higino
O então poeta nascia
Embalado por sua mãe
E também pela poesia.

Veio depois do primário
Estudar na capital
Lá no colégio Mamede
Da São Paulo “provincial”
O menino já poeta,
Mostrava-se genial.

Faculdade de direito
Já com vinte, bacharel.
Republicano ferrenho
Desempenha o seu papel
Sem perder a suavidade
De poeta menestrel.

A poesia florescia
Com tendências parnasianas.
Grande artífice dos versos
Lá pelas orlas praianas.
Versos rasos. (sobre a areia)
Fundos versos. (marianas)

Ante ao golpe de Deodoro,
Lá em Franca foi morar.
“Profundo  golpe em seu peito
como profundo é o mar,
que lhe era como um ópio
versos, sangue elementar”.

Nas ardentias das tardes
Seu coração marulhava,
E na alvura de uma brisa,
Enquanto o sol descambava,
Mais um verso, uma prosa,
O poeta alinhavava.

“Deixa-me, deixa-me fonte
dizia a flor a chorar”
“E fugindo ao cativeiro
vejo palavras ao mar”
“Relicário, voz dos sinos”
Foi o poeta do mar!

Hoje há uma estátua erguida
Relevando o bem-feitor.
Na política e na cultura,
Chama ardente sim senhor...
Foi Vicente de Carvalho
Grande poeta e doutor.



José Alberto Lopes®
S.B.C. 2005

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