Hoje me sinto uma pessoa melhor. Olhando para o Jornal Povo de Cubatão, no seu Retrato, e vendo lá minha cara feia, desgastada pelo tempo, lembro do inicio de um tudo, quando ninguém dava nada pelo menino com pernas bambas, que se arrastava pelas ruas de terra, da Vila Santa Tereza, procurando uma forma de brincar com outros meninos, que corriam, enquanto ele se arrastava. Depois, veio a época de estudar, e não havia estrutura no Julio Conceição, para me levar ao banheiro e tive que ir estudar no colégio particular da Rua Cidade de Pinhal, tendo como professora a cunhada de Giogino Aldo Trombino, dona Irene, uma das irmãs Terras, tia do Armando Terras, que hoje é nome famoso na cidade, e já o era, naquela época, meados do final da década de 50. Depois a mudança para Santos, o estudar na escola especial detrás da Santa Casa, onde só estudavam meninos e meninas com paralisia, ou problemas piores de locomoção. Dali, para o São Benedito, escola normal, e depois o Ateneu Santista, onde nasceu a vontade de escrever em jornal, e a semente do que seria O Anacoluto, com o nome de Juventude. Vendo hoje, meu Perfil Retrato, no Jornal O Povo de Cubatão sinto-me quase como ganhando novamente a Medalha Afonso Schmidt. Mas a sensação é outra: naquele momento, a autoridade, reconhecia... Hoje, a imprensa, diz amem aquele reconhecimento, e o homem-menino cubatense sente-se honrado. Honrado em ser quem é, feliz em ser o que é: um deficiente sim, mas vitorioso, dentro daquilo que se propôs a ser: um ser útil à sua terra natal. Raul, proprietário de O Povo, deve saber bem do que falo, pois acompanhou alguns de meus primeiros passos, em direção a este patamar de hoje. Anos, tentando firmar o nome na cultura e hoje, vendo este nome mais do que solidificado, é um passo à frente, dado com dificuldades. Hoje me sinto novamente com 18 anos, embora já esteja com 60. Normalmente, estas conquistas vêm para coroar o fim da jornada, mas em meu caso, o fim muito longe ainda esta. Ainda tenho vontade de ir mais longe, vontade de conquistar mais espaços, e eles vão aparecer, e serão conquistados, pois barreiras nunca impediram-me de alcançar minhas metas. Mas agora devo agradecer. Agradecer a um mundo de gente, mas em especial aos meus leitores, que confiam neste jornal, e aos homens e mulheres de bem, desta cidade, que confiaram e confiam na discrição, na certeza do anonimato, e formam a rede de informação deste veiculo, pois sem esta rede, O Anacoluto Cubatão não existiria. É de cada um deles, também, esta conquista, este Retrato, esta vitoria, pois sem o participar de meus leitores e de minha rede de informação, o jornal não existiria e o editor, não estaria hoje, no Retratos. A eles, o meu agradecimento especial e a certeza que não vamos parar, e nem mudar nada. Seremos sempre o que sempre fomos: A linha de frente da noticia cubatense, pois esta marca é nossa, e ninguém tira!
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