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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

OS DO BEM E OS DO MAL -* ADEMIR QUINTINO


A arte de escrever uma crônica de um periódico como esta no Jornal do Povo, sempre são motivos de repercussão e comentários. Uns não gostam, outros amam de paixão. O fato é que ninguém fica indiferente. Concordando ou não, o articulista de jornal faz o leitor levar o assunto além do bate papo do happy hour. Provocando o leitor, provoca o debate e provocando o debate, o autor cumpriu seu papel.
Escrevo isto, pois há algumas semanas, tomei a decisão de não mais falar publicamente sobre política. Temporariamente achei por bem parar. E não foi por medo como alguns boçais vão bradar pela cidade. Estou expandindo as óticas e tenho projetos em andamento que me pedem uma dedicação maior. Para eu escrever, gasto tempo. Leio diversos jornais e sites por dia, me informo para formar minha opinião. Isso exige uma dedicação, da qual terei de abrir mão por um tempo. Achei melhor então parar. Além disso, refleti, analisei, conversei com minha esposa e com alguns amigos (tanto do lado da situação, como da oposição – sim, eu tenho amigos mesmo, dos dois lados) e como homem público que sou, em razão de minhas atividades profissionais, decidi tomar tal decisão. Mas confesso que o que mais colaborou para tomar tal atitude, foi à conclusão de que infelizmente em Cubatão, a grande maioria que milita no mundo político, não vive das suas convicções. A política aqui é feita pelo estômago: Se me ajuda, eu estou contigo; se não me acrescenta nada, sou teu inimigo.
Os ataques nas redes virtuais são as maiores constatações de tudo que disse. Para defender este e atacar aquele em Cubatão, chega a dar náuseas o que pode ser lido nesses locais. Tenho ojeriza de muitos comentários e tipos de comportamento que observo nos facebooks da vida. Há uma falta de respeito pelo próximo, ataques xiitas e inconsequentes de pessoas que sequer se conhecem o suficiente (quando conhecem), tudo em nome do eu e jamais do nós, tão pouco do coletivo, e da cidade então, absolutamente nada.
Os endeusamentos absurdos em nome de alguns políticos da região chegam a ser patéticos e beiram ao ridículo. As pessoas, sejam elas ligadas a política ou não, tem erros e acertos, não são santos ou deuses, como alguns cultuam. As redes sociais estão repletas de donos da verdade que saem taxando, dando valores ao próximo, como suas integridades e autoridades morais dessem condições suficientes para isso.
Que a política não tem meio-termo, eufemismos ou papas na língua, isto é fato. Um dos seus recados mais famosos é o “preciso desenhar”, quando supõe que alguém da política desinformado não esteja entendendo o que escreveu, é um petardo bem-humorado na burrice. Afinal, dizem que a melhor crítica que pode ser feita a alguém é aquela que leva a pessoa a consultar um dicionário. Acaba virando duas críticas em uma só. A que está escrita e a implícita, que a chama de burro e o obriga a consultar outras fontes.
O comportamento adotado pelos pseudos donos da verdade, os que dão valores as pessoas, chegaram ao extremo de classificar quem é “do bem e quem é do mal”. Pasmem, até mesmo um Secretário de governo se presta a esta papel e fica escrevendo muitas vezes em horário de serviço sobre isso, como se não tivesse algo importante a fazer. Esse tipo de comportamento só colabora com a descrença total na classe política e na Justiça.
É uma pena que isto aconteça, pois em vez do debate político, de idéias, em busca de alternativas para acabar com a triste realidade que Cubatão é uma cidade rica, com uma população pobre; ficaremos patinando em discussões vazias, em venerações dignas daqueles que foram canonizados pela Igreja e cá entre nós, nenhum dos que estão ou pleiteiam o poder, são dignos disso. Sem falar que prefiro uma crítica que faça com que eu cresca, do que um elogio que me corrompa.
(*) Ademir Quintino é jornalista, assessor de imprensa, radialista e blogueiro oficial do Santos FC.



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